Por isso, cheguei ao cinema de bom humor e pronto para ver o filme com bons olhos.
Mas ele mal começou e algo me incomodou. Logo percebi que estava me sentindo como se estivesse um live action de Os Incríveis. Assisti o live action de LILO & STITCH semana passada e já tinha ficado incomodado, sem ver a necessidade de transformar um desenho clássico (que eu revejo sempre que há oportunidade) em algo tão desnecessário. Ver que o novo Quarteto Fantástico estava me dando essa mesma sensação, sem nem mesmo ser um remake da animação, fez o alerta dar sinal.
A trilha sonora não me empolgou. Tirando o momento em que o Tocha enfrenta a Surfista através da comunicação (o que achei uma ideia interessante), eu a achei mais do mesmo. E teve um um momento que achei um desperdício da trilha. Quando Reed está com o bebê. A música aponta suspense quando na verdade tinha que ser algo terno entre pai e filho. Imaginei logo o que fariam Steven Spielberg e John Willians em cima dessa cena.
O Tocha ter conseguido desvendar o idioma extraterrestre foi meio forçado, mas no começo do filme, Reed Richards disse que tinha juntado mentes brilhantes para o passeio espacial. Aceitei que Johnny podia ser mais do que o que aparecia nos quadrinhos, já que nos quadrinhos levar um adolescente para o espaço só porque é o irmão da mulher que gosta não faz sentido nenhum, mas aceitamos porque eram outros tempos.
Fazer um filme custa muito, muito dinheiro. É muito investimento antes, durante e depois.
Fico tentando entender porque tanta novidade que foge do Quarteto que está aí desde a década de 60. É por isso? Por estar aí desde a década de 60? Tentaram mudanças drásticas no Quarteto Fantástico que veio antes desse e não deu certo.
O Coisa todo bonzinho, sem nenhum ranço, ironia e sarcasmo, com aquela barba (nos quadrinhos ele só adquiriu barba em uma história que o colocava bem velho no futuro da humanidade). Ele estar de boa com sua aparência, sem parecer tão ressentido, foi meio forçado. As pessoas no mundo normal vivem buscando plástica e maquiagem para parecer ter uma aparência melhor. Um homem-monstro de boa consigo mesmo não parece crível. Tudo bem que foi algo muito explorado por Stan Lee e Jack Kirby, mas é um princípio bem real já que o ser humano nunca está 100% satisfeito consigo mesmo. O Coisa ser tão de boa me pareceu (novamente) algo saído de uma animação com a dos Incríveis, onde tal comportamento seria mais fácil de aceitar.
Susan Storm e um discurso piegas para enfrentar o povo que queria que seu filho fosse sacrificado? Se palavras ajudassem... mas desde que o mundo é mundo, palavras não convencem uma turba desesperada, ainda mais quando acham que o seu está na reta. E ela empurrando Galactus? Forçado demais. Se ela tivesse tal poder, Reed teria adicionado na equação desde o começo. Ou ela até já teria usado na nave de Galactus. Tudo bem que ela estava grávida, vou dar um desconto. Daniel achou que ela conseguiu forçar o grandão pra trás porque estava lutando pelo filho. Tá, vou dar mais esse desconto. Mas a proporção que decidiram dar para Galactus força essa barra muito lá em cima. Nos quadrinhos, Galactus tinha a altura de um prédio médio. No filme, está alto como um arranha-céu, me fez duvidar que Sue o empurraria. E que a Surfista o derrubaria de volta para dentro do portal. E que o portal aguentasse tamanho volume através de si.
A Surfista ao invés de O Surfista. Entendo que foi para ter o flerte com Johnny. Mas Johnny tem todas garotas da Terra aos pés, porque ele se impressionaria tanto com ela? Achei gratuito e tira o glamour de pop star que o começo do filme indica que o grupo todo tinha. O status que eles tinham deixaria Johnny bem confortável com relacionamentos amorosos, então ter a Surfista como uma paixonite foi qualquer nota, faz o roteiro não ter os pés na Terra.
Sei lá. Vai ver que sou eu que tô muito chato mesmo. Mas o filme não me empolgou. Uma pena. Estava torcendo para curtir.
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